Aniversário de 3 anos do Pix e o presente é nosso!

por | 21 de novembro de 2023 | Com a Palavra | 1 Comentário

Nada mais piegas que esse título de promoção, mas se chamou sua atenção é porque funciona. As coisas mais marcantes precisam de um título brega-chique, adaptação da teoria do HP, meu amigo Heverton Peixoto. Vamos nos alegrar e buscar levantar esse instrumento Pix como mais um orgulho nacional, caso não tenha nenhum, que seja seu primeiro.

Algumas estatísticas elucidativas, vamos lá, no segundo trimestre de 2023, o instrumento Pix atinge 36%, do total de transações bancárias, mais precisamente 9,4 bilhões de transações, deixando o Cartão de Crédito em segundo lugar, com 17% e o cartão de Débito em 3º. Lugar, com 15%, o restante se divide em Boletos, Ted, Saques, Transferências Interbancárias, entre outros. Contudo, analisando o mesmo período em valores monetários, inverte-se a relevância e temos o TED e as Transações Interbancárias com expressivos 61% do volume. O Pix fica com 15%, R$7,3 Trilhões, mas bem a frente dos cartões de crédito e débito com R$1,7 Tri, se incluirmos os pré-pagos.

Por si só, esses números poderiam saciar a todos que analisam meios de pagamentos. Qualquer Venture Capital colocaria todas as suas fichas para 0,1% das ações desse decacórnio, mas pra quem está no controle desse plano, o jogo está apenas começando. Tem filhotes nessa família, o Pix Boleto, o Pix Saque, Troco e não satisfeitos, virão o Automático, o Parcelado e o Garantido. Aí sim, teremos uma família completa para mostrar o tamanho da competência brazuca.

Quem sabe essa família de super-heróis conseguem combater os vilões do mercado, como altos juros, inadimplência, concentração de poder econômico, disfuncionalidades em geral.

Alguns desafios são dados, como elevar a segurança aos usuários através dos participantes diretos e indiretos desse arranjo. Necessário que se ponha uma barreira forte contra fraudes permitidas pelas falhas processuais de muitos participantes que ignoram a pirataria correndo solta nos seus “onboarding” super simplificados. Não é uma boa ideia isso e por isso já prevejo em breve, uma nova regulamentação sobre o processo de cadastro de cliente.

Outro grande desafio é saber se o Pix mantém sua posição e com essa velocidade de arrancada digna de podium caso o tabelamento em custo zero às pessoas físicas não permanecer. O subsídio deu uma vantagem cavalar ao pix, acelerou sua usabilidade nas transações de menor ticket e isso elegeu ali seu principal inimigo-competidor, “o dinheiro vivo”. Este foi quem mais sofreu. Fez despencar quase pela metade os Saques em ATMs (caixas eletrônicos), que já vinham cambaleando por tantos explosivos plantados pela ausência de segurança pública brasileira. Será que com aumento do déficit público e/ou mudança do mandatário da pasta esse incentivo do custo zero se manterá?

Entrar no segmento das Pessoa Jurídica, onde o subsídio da taxa zero não atingiu, mostrou-se desafiador. Obter a mesma relevância que atingiu no segmento Pessoa Física não se deu ainda. Entretanto, fica a dica aos estudiosos e aos empreendedores do setor, isso vai acontecer, é inexorável (gosto dessa palavra, por isso encaixei aqui). Questão de tempo, vide as transações no Ecommerce, o já Pix surfou a onda que o débito nunca conseguiu nem chegar na arrebentação. Em breve, nosso herói Pix tomará a prancha do boleto. Aliás, nunca vi um caso de tanto insucesso da iniciativa privada face ao desafio de pagamento por débito online.

Precisou a iniciativa pública mostrar como se faz. Interessante. Se conseguiu resolver isso, o que será do Boleto nas relações B2B? Próximos capítulos. O Pix é uma onda que precede outras duas grandes ondas que já se formaram, o Open Finance e o DREX. A trilogia dará muito pano pra manga. Não temos tempo pra saudosismos. Não temos tempo pra filosofar. A realidade está posta e bem sinalizada, ou você não está lendo as falas do capitão do Bacen? Nas linhas e nas entrelinhas, está muito bem claro que no Brasil o jogo mudou. Mais uma ruptura que pode fazer o dinheiro mudar de mão. Novos negócios, novas oportunidades, alguns mortos e muitos feridos. Quem tiver ouvidos que ouça. “Se você não estiver confuso, você não está entendendo a realidade” (Murphy ou Welch, mas aprendi na Startse recentemente). Para encerrar, fica mais uma dica, faça distanciamento social daqueles que sabem cristalinamente de tudo. Certamente, o tsunami passará mais forte por ali.

Fonte das referências: https://www.bcb.gov.br/estatisticas/spbadendos

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1 Comentário

  1. Jefferson Abilio

    Excelente , 👏👏

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