Painel UltraTalks sobre Drex e criptoeconomia traz luz à discussão sobre as tendências dos meios de pagamentos

por | 11 de março de 2024 | UltraTalks | 0 Comentários

“Drex será o motor de inovação?” reuniu Carlos Akira, Fabricio Tota e Thiago Lopes

O desenvolvimento de inovações tecnológicas disruptivas traz uma evolução cada vez mais rápida ao setor de meios de pagamento. A criptoeconomia está criando serviços financeiros digitais capazes de transformar o modo como lidamos com o dinheiro no dia a dia. Há em curso uma verdadeira revolução na economia mundial: as trocas econômicas se tornam mais horizontais, descentralizadas e automatizadas via contratos inteligentes. Isso tudo com a segurança da Blockchain, que habilita transações ponto a ponto com altíssimo nível de segurança.

Diante deste cenário novo, desafiador e que envolve mudanças rápidas, a UltraTalks montou seu último programa com um tema instigante: “O Drex será o motor de inovação?”. O painel reuniu Carlos Akira, diretor de Relação Institucionais da PAGOS, Fabricio Tota, VP de Inovação da Mercado Bitcoin e Thiago Lopes, diretor de Projetos e Inovação da Invest SP. A mediação ficou com Eduardo Pires.

Em tese, a criptoeconomia é um estudo interdisciplinar que reúne conceitos de economia e ciências da computação. A junção desses temas com a criptografia, sistema de proteção digital para preservar dados e informações de possíveis ameaças encontradas na internet, visa criar possibilidades de softwares, redes e até novos modelos de negócio – além de influenciar o futuro do trabalho.

Edu Pires iniciou a conversa com uma pergunta direta a Akira, sobre as tendências e as possibilidades da criptoeconomia. “É uma solução de fato?”

“A criptoeconomia já é realidade, assim como o código de barras também foi por volta de 2011. O Pix é outra revolução. A criptoeconomia vai trazer democratização, vai ter redução de custos e mais acesso de pessoas. A comparação mais imediata é o sucesso do Pix. O que vai acontecer om o Drex? Vai ser algo muito similar ao que acontece hoje com o Pix”, acredita Akira.

Neste ponto, Thiago vê uma barreira burocrática que ainda impede um avanço mais rápido e sólido: “Creio que o problema do Drex é um pouco diferente. Os cartórios são desnecessários. Ficaria muito feliz se os cartórios deixassem de existir. A burocracia se ajusta. Temos que digitalizar a burocracia, não diminuir através da digitalização.”

Desta forma, o nível de adesão do Drex vai ser igual ou parecido com o que ocorreu com o Pix? “Impossível ser nos mesmos moldes. O pix todo mundo estava dentro, não terá algo igual. Vai ter uma adoção grande, mas não parecida com o Pix”, afirmou Thiago.

“Realmente, vai ser difícil algo mais potente que o Pix”, acrescentou Tota.

E a adesão, como fica?

Em um ponto os palestrantes concordam totalmente: não é tarefa fácil compreender o que é um sistema descentralizado e suas vantagens em relação à infraestrutura tradicional do mercado financeiro. A criptoeconomia está impulsionando a inovação no setor financeiro, prometendo um sistema financeiro mais inclusivo, seguro e transparente. A tecnologia, a inovação e a interoperabilidade se entrelaçam e devem criar um cenário promissor.

“Temos ´N´ exemplos no qual empresas ficaram muito confortáveis e não viram a inovação chegando. É melhor me unir aos meus pares e concorrentes e, assim, me mover em algum sentido. Com o cripto acontece bastante isso. Você vê uma adoção institucional não pela convicção. Melhor fazer alguma coisa, senão vão fazer alguma coisa comigo”, relata Tota.

Em relações às mudanças, Thiago trouxe uma discussão importante ao tema: Não se deveria confiar tanto no governo para se fazer as mudanças. “Pela iniciativa do governo, ainda tenho muita dificuldade em entender. Se funciona assim há 200 anos, os incentivos para mudança ainda são pequenos”, avalia.

Em outro momento da conversa, Akira completa o raciocínio: “Foi a pandemia de Covid que reduziu drasticamente a burocracia, começaram a digitalizar todos os serviços. O movimento de assinatura eletrônica chegou para ficar, conjugou com a pandemia. O cartório começou a ficou desnecessário”.

Resultado na prática

O resultado prático da criptoeconomia revela novas maneiras de as pessoas fazerem uso dos serviços financeiros, como empréstimos, pagamentos e investimentos. As mudanças também implicam no mundo do trabalho, proporcionando novos modelos de negócios e fonte de renda.

“A tecnologia anda próxima do preço, em alguma medida. É uma indústria que caminha em ciclos, ela meio que se autofinancia. O Pix tem uma inspiração neste mundo cripto, o Brasil tem chamado atenção. Na usabilidade, as soluções aparecem conforme a necessidade”, descreve com clareza Tota.

“O mercado em geral está bem mais preparado. Os bancões estão virando Fintechs, tanto que quando tivemos a pandemia nós colocamos a população para receber dinheiro de forma eletrônica. Acho que estamos muito avançados institucionalmente. A questão cultural, aí sim ela pode pegar um pouco. A gente ainda espera muito do governo. A economia digital brasileira não está sendo construída pelos inovadores, mas sim pelos reguladores. Acho que isso pode ter problemas. Tenho um pouco de temor porque o governo tem menos incentivos a inovar do que as empresas”, afirma Thiago.

Akira complementa o raciocínio: “É preciso educar. A tokenização é um meio de investimento. Qual dificuldade de mostrar que é uma possibilidade? É uma oportunidade em investimento, precisa educar para o investimento.”

Considerações finais sobre o futuro do Drex

No final deste UltraTalks, Edu Pires fez uma pergunta geral aos participantes: “O Drex é a inovação ou ele será um baita motor de ´zilhões´ de inovações?”

“É motor, com certeza”, definiu Akira. “Meu desejo é que seja este motor. Que seja criada a versão final, que vamos criar várias coisas com ele. Só vamos descobrir daqui a um tempo. O golaço é que temos empresas trabalhando junto com o Banco Central. Que a gente consiga aproveitar esse momento” afirma Tota.

“O Drex é motor. Diferente do Pix, o Drex você vai usar para alguma coisa. O impacto invariavelmente vai ser positivo porque vai permitir que outras pessoas inovem. Aí está a grande riqueza. Estou, sim, otimista”, conclui Thiago.

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