Como a “ciência” da Cybersegurança tem crescido no mundo?

por | 16 de outubro de 2024 | Com a Palavra | 0 Comentários

O Brasil segue como país mais atacado por hackers na América Latina, diz Kaspersky

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Realmente os números envolvendo cybersegurança são surpreendentes. Só no Brasil por dia são mais de 1.300 ataques de sequestro de dados, o chamado ransomware! E o Brasil é quase o dobro do 2º país mais atacado na América Latina, o México, talvez assim mostrando mais uma vez a nossa competência tecnológica – para o bem ou para o mal.

Um outro estudo, esse da Sophos, mostrou que perto da metade das organizações do Brasil – 44% – sofreram ataques. Destes, infelizmente 83% pagaram os resgates. É bem preocupante, pois incentiva o crime. Também preocupa que 95% empresas atacadas tiveram também os seus dados de backup comprometidos. Ou seja, nem os ambientes redundantes que deveriam servir para recuperar os dados ficaram protegidos.

Mas eu não quero falar especificamente de hackers, mas de como a cybersegurança está se tornando o ponto mais crítico da tecnologia no momento. Ela envolve não apenas os ataques de criminosos (nesses casos de sequestro de dados, interrupção dos serviços ou chantagem sobre a divulgação de informações sigilosas) mas também ações de espionagem industrial, ações de cunho político (os cyberativistas) ou ainda na vigilância de cidadãos em países “não tão democráticos”.

Um exemplo de cyberativismo é o fato de que no Brasil em agosto e setembro houve um aumento de 8x nos ataques de hackers. Isso depois que começaram os embates entre o X de Elon Munsk e o Supremo Tribunal Federal. Foram atacados maciçamente os sites do STF, do STJ, da Polícia Federal, da Anatel e do Governo Federal.

Já algumas ações de governos têm sido manchete – alarmantes por sinal. A mais famosa é o suposto ataque de Israel aos pagers e walkie talkies do Hezbollah. Digo suposto porque eles nunca assumiram a responsabilidade. Mas a Unidade 8200 – força de cybersegurança militar de Israel – é talvez a mais respeitada no setor, com ex-integrantes trabalhando nos times de segurança da Meta, do Google e outras grandes empresas do Vale do Silício.

Cito outra surpreendente ação de governos: em 2021 o FBI divulgou que em parceria com a polícia australiana criou uma empresa que produziu um celular criptografado ultra seguro e vendeu mais de 12K unidades com um marketing totalmente voltado para criminosos. Realmente, nenhuma agência de comunicações ou de espionagem conseguia hackear esse celular, mas nele havia um acesso especial para o FBI. Depois de quase 3 anos de escuta, milhões de mensagens e dados de GPs em mais de 100 países e com ajuda pontual de algumas agências europeias eles prenderam mais 800 criminosos. Aí vejam: além da gritante quebra de privacidade, até desbaratar as quadrilhas o FBI forneceu um aparelho que por anos ajudou o crime global – e eles prenderam apenas quem interessava a essa força-tarefa. Bem, sem comentários. Mas só porque não temos tempo, porque é uma ação de caráter bem discutível.

Continuando, no campo da segurança é bom lembrar também que a computação quântica, que já comentei aqui, é reconhecida como algo que vai afetar profundamente a criptografia no mundo, e ela está apenas começando.

Mas enfim, estes casos mais notáveis e curiosos são exemplos de como a segurança cibernética está cada vez mais crítica na vida de governos, empresas e indivíduos. Se sua empresa não está dando bastante atenção a isso, é bom se mexer. Se você trabalha com tecnologia, esse é um tema que convém dar atenção. E se você é uma pessoa com um mínimo de interação digital, é bom se informar também minimamente sobre como se proteger.


Não quero que fiquem paranoicos, mas que tenham o cuidado de observarem as recomendações que hoje em dia bancos e outras organizações têm dado sobre como proteger os seus dados. A UltraTalks vai sempre buscar ajudar trazendo o que é relevante… Obrigado por nos ouvirem e até a próxima.

Quer saber mais detalhes sobre essa análise e ficar por dentro das principais notícias do dia?
Ouça o conteúdo completo no nosso podcast diário Morning Talks, disponível agora.: https://youtu.be/3wcQ-z1iFto

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