Parceria entre Tencent e Visa disponibiliza pagamento por autenticação biométrica de palma em Cingapura, startando o serviço no mercado internacional
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Essa notícia é relevante porque envolve duas das maiores empresas do mundo – a VISA e a Tencent – e um dos maiores problemas da atualidade, que são as fraudes na identificação do usuário. Isso envolve um grande mercado, onde se espera que só no reconhecimento facial, que é apenas uma das técnicas, os negócios fiquem em mais de US$ 12 BI até 2028.
Bem, para quem não conhece a Tencent, ela é uma das maiores empresas do mundo, valendo hoje +US$ 450 BI, com negócios no comércio eletrônico, portais web, música, serviços de internet, sistemas de pagamento, smartphones, jogos (como o League of Legends) e sistemas de mensagens concorrentes do WhatsApp.
Mas vamos lá: o reconhecimento do usuário analisando as veias da mão é apenas uma das muitas técnicas de validação de identidade. Vou citar 3 exemplos.
No caso da Biometria, existem várias técnicas:
- Uma é o Reconhecimento facial, popular em smartphones. Nessa técnica uma Inteligência Artificial avalia diversos pontos de sua estrutura facial fotografando o seu rosto ou, como várias empresas usam atualmente, fazem um vídeo seu;
- Outra técnica é a leitura de íris, do olho: é mais usada no reconhecimento presencial em ambientes de alta criticidade porque ela exige equipamentos sofisticados de leitura e condições mais específicas de luminosidade;
- Outra é a impressão digital, no Brasil muito usada em caixas eletrônicos. Permite dispositivos mais simples de leitura, mas é mais fácil de fraudar do que o reconhecimento facial;
- Há também o reconhecimento da voz: utilizado em assistentes virtuais e call centers. É eficaz, mas pode ser comprometido dependendo da idade, da saúde ou das condições do ambiente onde está o usuário;
- Enfim a análise de veias da palma da mão é uma técnica menos comum por ter a desvantagem de exigir um equipamento específico para ser verificada, como visto na reportagem. Mas tem a grande vantagem de que os dados biométricos da mão não estão acessíveis a fraudadores. Aí eu faço a comparação: uma impressão digital pode ser obtida por um criminoso em algum objeto que a pessoa tocou, e é ainda mais fácil para um fraudador obter imagens de faces nas redes sociais. Mas onde ele vai conseguir dados biométricos da mão de alguém? Só se ele invadir o banco de dados de uma empresa que trabalhe com isso.
Mas em todas essas técnicas, a eficácia depende principalmente do quanto a IA foi treinada para identificar possíveis fraudes. Hoje já existem esquemas bastantes sofisticados que manipulam até a imagem de um vídeo, as chamadas deepfakes.
Outro método relevante a citar é a Autenticação em Dois Fatores. Esse método combina algo que o usuário sabe (a senha) com algo que ele possui ou é. As técnicas incluem:
- Códigos via SMS ou aplicativos de autenticação.
- Chaves de segurança físicas, como dispositivos USB.
- Biometria combinada com senha.
Meu último exemplo é um método que eu acho bem interessante: a Autenticação Passiva. Voltado para o uso em celulares, esse método analisa o comportamento do usuário, como velocidade de digitação, forma de segurar o aparelho ou padrões de navegação, identificando um comportamento suspeito sem nem ser preciso o usuário se identificar de forma direta.
Bem, apesar dos avanços, o aumento do uso de inteligência artificial por fraudadores traz mais desafios. Métodos como reconhecimento facial precisam evoluir ainda mais para perceber manipulações digitais, enquanto a adoção de tecnologias como a autenticação passiva com certeza vai crescer. E o mais eficiente é usar uma conjunção destes métodos, embora isso obviamente aumente o atrito do usuário no acesso a determinado recurso. Assim, o melhor método a ser usado vai depender das condições de riscos e dos prejuízos que uma fraude pode trazer para uma instituição e/ou para os seus clientes.
Mais uma vez é isso. Agradeço por estarem conosco e até a próxima semana, pessoal.
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